Foi a 21 de Janeiro de 2012 que estreou o espectáculo «A Demanda», pelo Teatro Amador de Pombal, concretizando assim uma velha aspiração pessoal. Curiosamente, a peça estreou no ano em que também se assinalavam dez anos sobre a publicação do meu primeiro romance, «A Demanda de D. Fuas Bragatela». Ao fim de dez anos descobri um novo texto dentro do meu texto; descobri um outro olhar e tudo isso ganhou vida.
Desde esse dia, em que se materializavam as minhas personagens em cima do palco, em gestos, acções, diálogos e outras pantominices, que o espectáculo tem percorrido mundos e fundos, entre trancos e barrancos, espalhando a arte e o profissionalismo dos actores que integram a peça.
Percorremos Portugal, actuamos em todo o tipo de salas, desde as mais pequenas — quase em ambiente de café-concerto — até às grandes salas. Actuamos para todo o tipo de públicos, desde os mais intensos e generosos até aos mais frios e distantes, para salas esgotadas ou para meia-dúzia de espectadores, mas a todos, confesso, a todos, o teatro impressionou e provocou emoções, quando não maravilhamento e assombro.
Inês Falcão, Rita Leitão, Paulo Moreiras, Rui M. Silva, Humberto Pinto, Luís Catarro, Filipe Eusébio.
Catarina Ribeiro, Bruno Cardoso.
Na Feira do Livro de Lisboa, em Maio de 2012, no Palco LeYa.
Tive o prazer de assistir a quase todos os espectáculos que
realizámos, como se fosse a primeira vez, deixando-me contaminar pela alegria e
prazer que a peça nos oferecia. Deixei-me envolver pelos públicos, sentindo o
pulsar e as reacções das pessoas.
Confesso que não tenho palavras para descrever tudo aquilo que vivi
e de como me sinto pleno por ter conseguido desenvolver este trabalho. O certo
é que, como muitas vezes se diz, o bichinho do teatro entrou e agora está
difícil de sair. Ainda bem, pois o sonho continua.
Tudo isto devo ao Teatro Amador de Pombal, pelo seu esforço, pela
sua competência e, acima de tudo, pela sua amizade em embarcar numa aventura
tão exigente como esta.
Não poderia deixar de assinalar esta data, expressando o meu
agradecimento ao Rui M. Silva, que encenou a peça e lhe deu uma dimensão
artística de grande valor — além disso, ganhei também um amigo, um generoso
amigo com quem foi um prazer e uma aprendizagem trabalhar; aos membros que
integram o elenco, por toda a sua incomensurável dedicação, amizade e
cumplicidade, que levaram mais longe as minhas personagens: Bruno Cardoso,
Catarina Ribeiro, Humberto Pinto, Inês Falcão, Luís Catarro e Rita Leitão; à
Elsa Silva, pelos adereços e figurinos, pelo seu labor e constante procura de
soluções; ao José Silva, pela cenografia; ao João Alegrete, pelo desenho de
luz, sempre atento às particularidades de cada sala; ao Filipe Eusébio, pelo
seu cuidado em todos os pormenores; e, por fim, a todos aqueles que fazem do
Teatro Amador de Pombal um grande grupo de teatro, verdadeiros amantes desta
nobre arte.
Obrigado, amigos, ab imo corde.
O espectáculo continua.