17.9.13

Modas e Mitos da Literatura

Com Maria Bochicchio, Paulo Cunha e Silva e Vasco Graça Moura irei falar sobre «Modas e Mitos da Literatura», no próximo dia 19, quinta-feira, pelas 21h00, na Fábrica de Santo Thyrso, no âmbito da S, L, M, XL - Fashion and Design Week. 


«Pretende-se uma conversa performativa que tente evidenciar alguns dos modos como Moda e Literatura geram pontes verdadeiramente surpreendentes. Os temas propostos destacam o papel de relevo que a Moda desempenha na Literatura, muitas vezes à revelia desta. A ilustração é conseguida através de imagens e acontecimentos que pretendem pôr em cena o carácter da Literatura, simultaneamente, de doação e de apropriação, ao mesmo tempo que performatizam, tanto o poder autofágico e canibal desta, como o sua vocação comunicativa. Convidados Maria Bochicchio, Paulo Cunha e Silva, Paulo Moreiras e Vasco Graça Moura (Valise d'Images, vídeo-perfomance).»

Mais informações aqui.

16.9.13

«Na Ponta da Língua» em Santo Tirso

No próximo dia 20, sexta-feira, pelas 18h30, estarei na Fábrica de Santo Thyrso para falar sobre alguns curiosos exemplares da nossa doçaria «Na Ponta da Língua», na companhia de Rosa Alice Branco, no âmbito da S, L, M, XL - Fashion and Design Week.


«Na Ponta da Língua
Documentário ao vivo dos exemplos da moda conventual na doçaria portuguesa. A língua deleita-se com as delícias culinárias e com as palavras que lhes dão nome, introduzindo assim uma doçura dúplice cheia de erotismo. A sátira do sagrado não o compele a mergulhar numa dimensão profana, já que o registo de humor se esgueira por entre os meandros dos nomes que adoçam a língua.
Convidado Paulo Moreiras (Valise d'Image, recolha e projeção de imagens).»

Mais informações aqui.

6.9.13

«Os Olhos de Tirésias» no Candal


Amanhã estarei na Festa da Música, no Candal, pelas 18h30, para apresentar o romance de Cristina Drios, «Os Olhos de Tirésias». Apareçam.


Mais sobre a Festa da Música e respectiva programação, aqui e aqui.

Sobre a autora e «Os Olhos de Tirésias», aqui.

3.9.13

Quase

Hoje, ao romper da aurora, dei por mim a cogitar sobre alguns dos versos de Mário de Sá-Carneiro, um dos poetas da minha adolescência. Talvez naqueles tempos não compreendesse a totalidade deste poema, mas hoje, tantos anos passados, a sua luz espraia-se com outra cor, revelando-me um caminho mais definido e, enfim, compreendido.

Quase
Mário de Sá-Carneiro

Um pouco mais de sol – eu era brasa,
Um pouco mais de azul – eu era além.
Para atingir, faltou-me um golpe de asa…
Se ao menos eu permanecesse aquém…

Assombro ou paz? Em vão… Tudo esvaído
Num grande mar enganador de espuma;
E o grande sonho despertado em bruma,
O grande sonho – ó dor! – quase vivido…

Quase o amor, quase o triunfo e a chama,
Quase o princípio e o fim – quase a expansão…
Mas na minh’alma tudo se derrama…
Entanto nada foi só ilusão!

De tudo houve um começo… e tudo errou…
– Ai a dor de ser – quase, dor sem fim…
Eu falhei-me entre os mais, falhei em mim,
Asa que se enlaçou mas não voou…

Momentos de alma que, desbaratei…
Templos aonde nunca pus um altar…
Rios que perdi sem os levar ao mar…
Ânsias que foram mas que não fixei…

Se me vagueio, encontro só indícios…
Ogivas para o sol – vejo-as cerradas;
E mãos de herói, sem fé, acobardadas,
Puseram grades sobre os precipícios…

Num ímpeto difuso de quebranto,
Tudo encetei e nada possuí…
Hoje, de mim, só resta o desencanto
Das coisas que beijei mas não vivi…

Um pouco mais de sol – e fora brasa,
Um pouco mais de azul – e fora além.
Para atingir faltou-me um golpe de asa…
Se ao menos eu permanecesse aquém…